Na trama complexa do cenário forense, há indivíduos cujas histórias se entrelaçam com os mais sombrios enigmas da sociedade. Eliézer Taporósky, aos 45 anos, carrega consigo um arcabouço de experiências que se entranham no tecido da Polícia Científica do Paraná (PCP). Técnico de Perícia Oficial desde 2004, sua trajetória revela não só a evolução dessa instituição, mas também a resiliência de alguém que enfrentou as dificuldades de um ofício antes pouco compreendido e reconhecido.
Para compreender a jornada de Eliézer, é necessário voltar ao inicio de sua carreira. “No começo nós éramos em poucos, né?”, ele relembra. Sua experiência inicial o levou a Pato Branco, município localizado a 439 quilômetros de Curitiba, onde, praticamente sozinho, abraçou uma imensidade de responsabilidades, desde a remoção de corpos até a coleta de evidências em cenas de crime. “Eu brincava que eu ficava 720 horas”, compartilha, mostrando a grande dedicação que atravessava seu cotidiano.
Os desafios enfrentados por Eliézer eram tão diversos quanto a vastidão do território que cobria. Solidão, inexperiência e perigo iminente moldavam seu dia a dia. “Eu não conhecia a região, eu não tinha pra quem recorrer praticamente”, ele compartilha, relembrando os momentos de confronto e ocorrências críticas em que se viu rendido à própria coragem.
A mudança e a profissionalização
Ao longo dos anos, a polícia científica passou por uma metamorfose, e Eliézer testemunhou essa transformação em primeira mão. “A mudança foi enorme”, ele afirma. Da escassez de recursos e estrutura à profissionalização e especialização, a evolução foi notável. Hoje, Eliézer enxerga na perícia não só uma força essencial para a justiça, mas também uma fonte de orgulho e realização pessoal.
Para aqueles que seguem os mesmos passos trilhados por Eliézer, sua mensagem é clara: menos glamour e mais compromisso. “Quando for entrar, entre e desempenhe a função”, ele aconselha. Sua própria jornada é um testemunho vivo de como a perseverança e a dedicação podem moldar não apenas uma carreira, mas toda uma instituição.
Entrevista em Ping-Pong
Sinpoapar: Como você descreveria a evolução da perícia oficial ao longo dos anos?
Eliézer: A evolução foi significativa, passando de uma estrutura precária para uma instituição profissionalizada e essencial para a justiça.
Sinpoapar: Quais foram os maiores desafios que você enfrentou em sua carreira?
Eliézer: Solidão, falta de recursos e a pressão constante de situações de perigo foram alguns dos maiores desafios que enfrentei.
Sinpoapar: Qual é o legado que você deseja deixar para a perícia oficial do estado?
Eliézer: Espero que meu legado seja o compromisso, a busca pelo aprendizado e a demonstração da importância da honestidade e dedicação no exercício da função.
Sinpoapar: Qual conselho você daria para os futuros profissionais que ingressarão na perícia oficial?
Eliézer: Menos televisão e mais ação. É essencial que os novatos entrem na instituição não apenas para fazer parte, mas para se destacar e contribuir para o avanço da perícia oficial.
Por Felipe Reis
Assessoria de Comunicação – Sinpoapar