Com uma história marcada por dedicação e compromisso, Jandira Bolda, farmacêutica-bioquímica, ingressou na Polícia Científica do Paraná (PCP) em janeiro de 1995, aos 44 anos de idade. Sua trajetória na perícia teve início na desafiadora Seção de Balística Forense, onde enfrentou diversos obstáculos iniciais. No entanto, sua prática feroz e treinamento constante a equiparam com a confiança essencial para desempenhar suas funções com maestria.
Após concluir o curso Técnico Profissional de Perito Criminal, Jandira foi designada para a Seção de Balística Forense, onde permaneceu até sua aposentadoria em 22 de janeiro deste ano, aos 73 anos de idade, lotada na Unidade Executiva Técnico-Científica (UETC) da Visconde de Guarapuava.
A transição para a Balística Forense não foi simples, demandando intenso treinamento, especialmente nos exames de confronto balístico, que exigiam habilidades específicas. Mas com o apoio dos colegas e sua determinação, Jandira logo se adaptou à rotina da seção. Ela enfatiza que, para garantir a qualidade das perícias, os exames mais complexos sempre foram compartilhados e validados por diversos peritos, eliminando qualquer margem de subjetividade.
“Os exames mais complexos e exaustivos de Confronto Balístico sempre devem ser compartilhados e confirmados. Isso evita subjetividade, tornando a perícia bem fundamentada”, aponta.
Durante sua carreira, Jandira participou de numerosos cursos de aperfeiçoamento, destacando o “Encontro Internacional de Peritos do Mercosul” em 1996, onde ampliou seus conhecimentos em Balística Forense. Sua dedicação e competência também foram reconhecidas em eventos como o “Seminário de Balística Forense Avançada” em 2004, no qual apresentou seu trabalho sobre detecção e identificação de resíduos de tiros.
Após seis anos como servidora, em 2001, com a separação da Polícia Científica da Polícia Civil, assegurando sua autonomia pericial, Jandira testemunhou mudanças significativas no cenário da perícia criminal. Em 2004, ela desempenhou papel ativo na campanha do Desarmamento, examinando armas de fogo entregues pela população para destruição.
Ao longo dos anos, Jandira enfrentou desafios administrativos e operacionais, incluindo a escassez de recursos e a pressão sobre seu trabalho. Contudo, sua determinação e compromisso com a verdade prevaleceram, garantindo a excelência das perícias realizadas.
É digno de nota o papel pioneiro de Jandira como uma das poucas mulheres atuando na Balística Forense na época, superando resistências e estigmas de gênero. Entretanto, sua competência e profissionalismo pavimentaram o caminho para que outras mulheres também ocupassem cargos de destaque na instituição.
Com um vasto caminho percorrido, Jandira testemunhou a evolução da perícia criminal, desde a digitalização dos registros até a implementação de novas tecnologias, como o Sistema Nacional de Análise Balística (SINAB), fortalecendo a atuação da PCP no combate à criminalidade.
Como legado, Jandira deixa seus ensinamentos e experiências compartilhadas ao longo dos anos, contribuindo para o aprimoramento da perícia oficial do Paraná. Seu compromisso com a verdade e a justiça serve de inspiração para os colegas que enfrentam os desafios diários da perícia criminal.
“Os ensinamentos transmitidos, às experiências vividas e compartilhadas são o maior legado que se pode deixar numa Instituição e deve servir para torná-la cada vez melhor.”
Em sua mensagem final, Jandira expressa orgulho em fazer parte da Segurança Pública e reitera a importância da união e do compartilhamento de conhecimentos em defesa dos interesses da Polícia Científica. Sua dedicação e profissionalismo deixam um legado duradouro na história da Instituição.
Por Felipe Reis
Assessoria de Comunicação – Sinpoapar