Luiz Henrique da Silva Rotta, chefe da Unidade de Execução Técnico-Científica (UETC) em Maringá, vive diariamente os desafios e perigos inerentes à profissão de policial científico. Com uma carreira marcada por situações inusitadas e perigosas, ele é um exemplo de dedicação e paixão pela justiça.
Formado em Engenharia Ambiental pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e com uma trajetória acadêmica que inclui mestrado, doutorado e pós-doutorado, Luiz Henrique inicialmente não pensava em seguir a carreira de perito criminal. A influência decisiva veio de sua esposa, também perita, que o encorajou a prestar o concurso em 2017. Convocado em 2020, ele rapidamente se envolveu na dinâmica e complexidade do trabalho.
Em sua rotina, Rotta lida com situações que vão além da análise técnica. Uma das mais marcantes ocorreu durante uma madrugada, enquanto voltava de um local de homicídio. “Me deparei com um veículo na rodovia que dificultava a passagem. Ao acionar o sinal sonoro, o motorista se assustou, parou no acostamento e fugiu correndo entre a mata e a plantação de milho,” relata.
Ao verificar o veículo, Luiz Henrique e a Polícia Militar (PM) descobriram cerca de 300kg de maconha. “Naquela madrugada, realizei a perícia de um homicídio e participei da apreensão de uma grande quantidade de droga. Foi algo bastante incomum para um servidor da Polícia Científica do Paraná (PCP),” comenta.
Além das ocorrências perigosas, Luiz Henrique também enfrenta curiosidades no dia a dia. Durante a Expoingá — uma feira agropecuária e industrial da cidade de Maringá, uma adolescente fez uma pergunta intrigante: “Quanto tempo eu teria que esperar para esquartejar uma pessoa e não sair mais tanto sangue?” A jovem explicou que era apenas fã de séries de perícia e investigação. “Achei a situação assustadora,” brinca.
Como gestor, Luiz Henrique também enfrenta desafios significativos. “Gerenciar uma equipe com diferentes personalidades e habilidades, mediar conflitos internos e manter a equipe motivada é um desafio diário,” explica. Tomar decisões que impactam todos os servidores, especialmente quando são amigos, é uma tarefa complexa.
Mesmo diante desses desafios, Luiz Henrique se sente realizado. “Cada caso em que participei pode ter feito a diferença na história de uma vítima. É gratificante contribuir para a resolução de crimes, utilizando uma base técnico-científica para definir a dinâmica dos eventos e identificar os culpados,” afirma.
Por Felipe Reis
Assessoria de Comunicação – Sinpoapar