“Nosso trabalho não segue uma rotina especifica, tem coisas novas e diferentes todos os dias”. A frase exemplifica bem como é o dia a dia do agente auxiliar de perícia oficial Adriano Halama dentro da Polícia Científica do Paraná. Casado e pai de uma menina de cinco anos, ele é mais um filiado a falar com o Sindicato dos Peritos Oficiais e Auxiliares do Paraná (Sinpoapar) sobre como é sua rotina dentro e fora dos laboratórios forenses e locais de crimes; abrindo, assim, o outro lado da série “Trabalho de Perito”, que também pode ser chamada de “Trabalho de Agente de Perícia”.
Ocupando a função de auxiliar de perícia desde julho de 2018, Halama conta que o concurso da Polícia Científica foi um dos três em que obteve aprovação na época, escolhendo a carreira na perícia oficial por se identificar bastante com ela. “Em aproximadamente dois anos trabalhando na PCP, já participei de aproximadamente 700 ocorrências. Todas sempre são difíceis, algumas mais que as outras. Mas para mim, ainda é difícil quando envolvem crianças. Este tipo de ocorrência ensina a darmos valor a cada dia que temos”, relata.
TRABALHO DE AGENTE DE PERÍCIA: tendo atuado apenas em Curitiba e região metropolitana até o momento, hoje o agente de perícia se divide em duas funções: chefe administrativo na unidade da capital e chefe dos agentes de perícia de todo o estado. Segundo ele, duas funções “distintas e com rotinas bem diferentes”. Como chefe administrativo, por exemplo, a escala é 24 X 72 horas e as principais atribuições são recebimento, filtragem e distribuição de ocorrências para os responsáveis, “cuidando de toda a documentação e registro da entrada dos óbitos no IML, assim como preparando e realizando a liberação dos mesmos para os familiares”.
“Já como chefe dos agentes de perícia, a rotina acaba sendo mais complicada. Por se tratar de uma categoria de funcionários do estado que trabalha 24 horas por dia e 7 dias por semana, durante todo o ano, acabo tendo demandas durante todo esse período”, completa Adriano Halama. Nesta função, ele enumerou diversas responsabilidades, como elaborar, em conjunto com as chefias locais, a escala de serviço de todos os agentes auxiliares de perícia; determinar, se necessário, o deslocamento dos auxiliares de perícia, para cumprimento de plantão em local diverso ao da sua sede, fazendo a solicitação de diárias; e realizar proposições ao Conselho da Polícia Científica relativas a carreira de agente auxiliar de perícia oficial.
Quando sobra tempo e não está na ativa, conta ele, “trabalho com o mercado financeiro e gosto de jogar futebol para ajudar a manter a mente sã”. Para Adriano Halama, tanto os agentes de necropsia quanto os de perícia exercem trabalhos “fantásticos”, que ainda hoje são subutilizados, bastante desvalorizados, “mas que acabam sendo a base de todas as outras funções dentro da Polícia Científica”. “[No nosso dia a dia] temos que lidar com situações difíceis, lidamos com a morte e com os familiares que ficam. Lidamos com incertezas políticas, com falta de valorização e reconhecimento, com insatisfações dos funcionários e cobrança das chefias. Lutamos por melhorias das condições de trabalho e por valorização do efetivo”, finaliza o agente de perícia.
Assessoria de Comunicação
Sinpoapar