Nesta mesma data em 2015, servidoras e servidores públicos do Paraná que reivindicavam seus direitos no Centro Cívico de Curitiba foram reprimidos pela polícia com cassetetes, balas de borracha, spray de pimenta e gás lacrimogêneo sob as ordens do governador Beto Richa e do secretário de Estado de Segurança Pública à época, Fernando Francisquini. Mais de 200 pessoas ficaram feridas na ocasião. O episódio ficou conhecido com “Massacre de 29 de abril”.
Desde então, todo os anos o funcionalismo público se reúne no mesmo local para rememorar essa violência e em 2022 a manifestação reuniu algo em torno de 8 mil pessoas de várias cidades do interior do Estado, da Capital e Região Metropolitana. Todos os sindicatos ligados ao Fórum das Entidades Sindicais (FES) estavam representados, assim como da União das Forças de Segurança (UFS).
A violência física cessou em 2015, no entanto, outros modelos de violência foram sendo praticados pelo governo contra as trabalhadoras e trabalhadores do Estado, o principal deles é o arrocho salarial. A defasagem em relação à inflação deve ultrapassar 36% em maio – mês da data base – segundo cálculo da assessoria econômica do Fórum das Entidades Sindicais (FES). Com isso, a dívida do governo com o funcionalismo já chega a R$ 9,4 bilhões.
É de se destacar que essa cifra altíssima parece pequena se comparada aos valores de isenção fiscal que o governo concede ao agronegócio e grandes empresas todos os anos. Em 2022 está previsto um perdão de impostos para os ricos e super ricos da ordem de R$ 17 bilhões.
REUNIÃO COM O GOVERNO: a pressão das servidoras e servidores já mostra resultados. Na manhã desta segunda-feira, 2 de maio, o secretário de Administração e Previdência (SEAP), Elisandro Frigo, juntamente com técnicos da pasta e da Casa Civil, recebeu a coordenação do FES para ouvir as reivindicações.
Como resultado desse encontro, foi definido que haverá a formação de uma mesa de negociação composta por representantes da SEAP, Casa Civil, Secretaria da Fazenda e FES para negociar a principal reivindicação do funcionalismo público, a data base.
A coordenação do FES também requisitou que não fosse descontado nos salários dos servidores o dia da manifestação. “Todas servidoras e servidores já estão com seus salários muito defasados. Seria injustiça descontar mais um dia justamente por reivindicar a reposição da inflação”, destacou Valkiria Mazeto, integrante do FES e presidente da APP-Sindicato.