Natural de Bauru, no interior de São Paulo, a nova presidente do Sindicato dos Peritos Oficiais e Técnicos do Paraná (Sinpoapar) tem uma trajetória marcada pela escuta, pelo conhecimento técnico e pelo compromisso com a coletividade. Formada em Fonoaudiologia pela Universidade de São Paulo (USP), ela carrega em sua bagagem acadêmica especializações em Distúrbios da Comunicação Humana (Unifesp), Enfrentamento à Violência contra Mulheres e Meninas (UFG) e um mestrado em Engenharia Biomédica pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Escritora e servidora da Polícia Científica desde 2009, ela assume a presidência do sindicato com o olhar atento de quem conhece profundamente os desafios da carreira pericial.
Sua atuação sempre foi pautada pela técnica e pelo aprimoramento constante, especialmente nas áreas de perícias de áudio, onde desenvolveu grande parte de sua trajetória dentro da instituição. Lotada no então setor de Fonética Forense, hoje Núcleo de Perícias Audiovisuais, também atuou em perícias ligadas a crimes contra a pessoa e o patrimônio.
Apesar da forte ligação com o trabalho de bancada — que segue sendo seu espaço preferido —, ela entendeu que, para contribuir de forma mais ampla com a categoria, seria necessário sair da zona de conforto. “Ser uma perita ‘antiga’ [brinca] que atua na base me trouxe uma visão abrangente das demandas atuais da classe”, afirma. E é com essa bagagem de vivência e escuta ativa que se lança ao desafio de liderar o Sinpoapar.
A nova presidente acredita que a principal força de sua gestão será a capacidade de enxergar o coletivo. Para ela, conquistas não são individuais e o papel do sindicato sempre foi fundamental para a visibilidade da carreira e a garantia de direitos, ainda que sua atuação, muitas vezes, passe despercebida no dia a dia da categoria. Agora, ela quer que a atuação sindical seja sentida e fortalecida em todas as pontas.
Pautas da nova gestão
Entre as principais pautas da nova gestão estão a atuação junto à Associação Brasileira de Criminalística (ABC) pela aprovação da PEC 76/2019, as garantias previdenciárias, a saúde do trabalhador — com atenção especial à Norma Regulamentadora 1 (NR1) —, a nomeação de servidores e a manutenção da valorização salarial. Já a demanda mais urgente é a inclusão da Polícia Científica no artigo 144 da Constituição Federal, um passo importante para o reconhecimento da carreira como essencial à segurança pública.
A nova diretoria aposta no diálogo como estratégia principal para avançar nas pautas históricas da categoria, sempre com foco na valorização do trabalho pericial. Segundo a presidente, ainda é necessário delimitar de forma clara as atribuições da perícia em relação a outras áreas policiais, além de fomentar o aprimoramento técnico e a atenção à saúde ocupacional dos profissionais.
No relacionamento com o Governo do Estado e outros órgãos públicos, a gestão planeja uma escuta ativa das bases para mapear prioridades e distinguir demandas administrativas de pautas sindicais. Internamente, uma das metas é fortalecer os laços com a categoria por meio de atividades que promovam o espírito de equipe e a comunicação entre diferentes níveis da instituição.
A comunicação do sindicato, que já é considerada eficaz, também será aprimorada. “Sempre podemos melhorar nossas mensagens”, diz a presidente. Para ela, a comunicação bem feita é essencial para o engajamento e o fortalecimento da luta coletiva.
A mensagem que deixa aos sindicalizados e futuros profissionais é clara: “O sindicato é de todos. A presidência é apenas representativa. Contem conosco para representá-los, e contamos com vocês para o fortalecimento da carreira.”
Com uma liderança guiada por escuta, conhecimento técnico e empatia, a nova presidente do Sinpoapar inicia sua gestão com o compromisso de ampliar a representatividade, valorizar o trabalho pericial e promover um ambiente profissional mais justo, saudável e colaborativo.
Por Felipe Reis
Assessoria de Comunicação – Sinpoapar