A Polícia Científica do Paraná (PCP) enfrenta um desafio significativo devido à escassez de pessoal, resultando em mais de 73,6 mil perícias pendentes. Esse déficit afeta principalmente áreas cruciais como balística, genética molecular forense, química legal e computação forense, o que pode causar atrasos em processos judiciais e investigações relacionadas, como homicídios, crimes sexuais, tráfico de drogas e crimes cibernéticos. Esses dados são públicos e podem ser consultados no site oficial do órgão.
O presidente da Associação Brasileira de Criminalística (ABC), Marcos Secco, destaca a necessidade de investimento na área, enfatizando que adquirir novas tecnologias é insuficiente se não houver pessoal qualificado para utilizá-las. Ele compara o trabalho da perícia a uma lupa, indicando que quanto mais recursos e profissionais capacitados, mais eficaz será o processo investigativo.
Atualmente 38,6% do quadro da PCP encontra-se preenchido, resultando em sobrecarga para os servidores existentes e maior tempo para emissão de laudos periciais. A falta de recursos humanos também aumenta o risco de afastamentos por doença, reduzindo ainda mais a eficiência do órgão.
Embora o governo do Paraná tenha realizado concursos públicos para a contratação de novos profissionais, a oferta de vagas ainda é insuficiente para suprir a demanda. O cenário atual demonstra uma defasagem significativa entre o quadro ideal e o número real de servidores, o que compromete a qualidade e a eficiência dos serviços prestados.
O debate em torno da situação da Polícia Científica também se estende ao âmbito político, com propostas de emenda à Constituição visando garantir maior autonomia e independência para esses órgãos. No entanto, essas iniciativas ainda aguardam avanços no processo legislativo para se tornarem efetivas.
Enquanto isso, os futuros servidores da Polícia Científica aguardam ansiosamente o início de suas atividades, enfrentando incertezas quanto ao ambiente de trabalho e à eficácia das medidas adotadas para resolver os problemas estruturais do órgão. A situação demanda atenção e esforços coordenados para garantir a eficácia das investigações criminais e, como um todo, justiça para a população.