Laudo pericial do Instituto de Criminalística do Paraná apontou que o veículo responsável pela morte de uma estudante de 19 anos tinha modificações esportivas, instaladas com o objetivo de dar mais potência ao motor. O acidente ocorreu há 3 meses, no dia 12 de março, em frente à Universidade Positivo, no bairro Cidade Industrial de Curitiba.
Responsável pela perícia no local do acidente, o perito criminal Guilherme Alves explica que, em exames de locais desta natureza, é realizada “uma minuciosa busca por sinais e vestígios produzidos pelo acidente, seja na área onde ocorreu, seja nos veículos, ou no cadáver”.
Ao averiguar o veículo, o perito encontrou um filtro de ar esportivo não original e um módulo eletrônico com as inscrições “Race Chip” no compartimento do motor. No documento, Guilherme Alves também aponta que a via estava sinalizada: havia uma placa indicando trânsito de pedestres a aproximadamente 200m de distância dos primeiros sinais do atropelamento.
Além disso, outras duas placas indicando a velocidade máxima permitida no trecho, de 60 km/h, foram localizadas na rua Pedro Viriato Parigot de Souza, onde ocorreu o acidente. Sinalização esta que estava a cerca de 130 metros do local do atropelamento, conforme o laudo pericial.
CÁLCULO DA VELOCIDADE: o Instituto de Criminalística também calculou a velocidade do carro no momento do atropelamento. Segundo Alves, em alguns casos, os vestígios possibilitam a apuração da velocidade estimada “do veículo atropelador no momento em que este colhe o corpo da vítima”. No entanto, neste caso em particular o cálculo foi realizado pelo Núcleo de Perícias Audiovisuais do IC.
O carro estava a 114 km/h quando atingiu a estudante enquanto ela atravessava a rua Pedro Parigot de Souza. “Através da análise de vídeos que registraram os momentos que precederam o atropelamento, bem como o sinistro em si. [Lá, os peritos] contam com ferramentas computacionais apropriadas e têm know how para realizar tais exames de imagens”, complementou Guilherme Alves.
Questionado se a morte da estudante poderia ter sido evitada se o motorista tivesse respeitado o limite de velocidade da via, o perito criminal afirmou que, em sua avaliação técnica, “uma série de variáveis envolvidas precisariam ser avaliadas para se tirar uma conclusão categórica”. “Entretanto pode-se assumir que a alta velocidade do veículo atropelador certamente contribuiu para o fato”, observou.
O CASO: Caroline Beatriz Olímpio, de 19 anos, morreu após ser atropelada por um veículo que praticava um “racha” na rua Pedro Parigot de Souza, na CIC. O acidente aconteceu dia 12 de março, por volta de 10h, em frente à Universidade Positivo.
Os dois motoristas envolvidos no acidente – Fernando Fabiani, de 27 anos, que atropelou a jovem; e Nicholas Castro, de 22 anos, que dirigia o segundo veículo – chegaram a ser presos na época, mas respondem o processo em liberdade. Ambos foram denunciados pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) por homicídio qualificado.
Assessoria de Comunicação
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