Com a presença de deputados estaduais e representantes das entidades que integram a UFS, União das Forças de Segurança Pública, uma audiência pública remota foi realizada nesta quinta-feira (25), via Zoom, com o tema “Os desafios e as demandas do Estado e dos servidores da Segurança Pública do Paraná”.
A audiência foi presidida pelo deputado estadual Professor Lemos (PT), que iniciou os trabalhos destacando a importância de se discutir o tema e sua preocupação com a área de segurança pública. Na sequência, o deputado estadual Soldado Fruet (PROS), destacou que uma das principais demandas é a vacinação dos profissionais da área, ressaltando também a questão da data-base e o aumento do efetivo.
Posteriormente, o deputado Delegado Recalcatti (PSD) afirmou que a segurança pública é um item de primeira necessidade. Também fizeram uso da palavra os deputados estaduais Luciana Rafagnin (PT), Arilson Chiorato (PT), Do Carmo (PSL), Delegado Jacovós (PR), Requião Filho (MDB).
“Estamos somando nessa preocupação com a segurança pública do nosso Estado”, afirmou a deputada Luciana. “Temos o compromisso de trabalhar, lutar, defender e cobrar os direitos dos servidores públicos do Paraná”, destacou o deputado Arilson.
REPRESENTANTES DA UFS: iniciando os pronunciamentos dos representantes dos sindicatos e associações que integram a UFS, o presidente da ADEPOL, Dr. Daniel Fagundes, afirmou que tudo o que o governador prometeu para as categorias policiais ele não cumpriu.
“Vivemos uma crise inédita nas polícias do Paraná, uma crise velada. Mas conseguimos unir 11 entidades na luta por melhorias, estamos aqui representando todos os segmentos da segurança pública do Paraná. Atrás de um farda, de um distintivo, existe um pai e uma mãe de família. Sem contar que estamos sofrendo ainda mais com a pandemia, pois os policiais estão nas ruas, eles não pararam. E qual a contrapartida que o Governo tem nos dado? Nenhuma. Não temos EPI ‘s adequados, não temos vacina. Nossos policiais estão morrendo mais na pandemia do que em confronto”, afirmou.
O presidente da AVM, Coronel Washington Alves da Rosa, explicou que as entidades estão buscando um diálogo construtivo, mas sem nenhum retorno do Governo. “Não temos nada de concreto após dois anos de tentativas e, além disso, há a tentativa do Governo de enfraquecer associações e sindicatos. Não vemos empenho do Poder Executivo com as demandas apresentadas, principalmente nas questões salariais, direitos foram restringidos, principalmente a data-base”, disse o Coronel, que citou ainda o problema do desconto previdenciário dos portadores de moléstia grave e a contaminação de policiais pela Covid-19.
Representando o SINCLAPOL, Valquíria Tisque destacou algumas particularidades dos policiais civis e os desafios enfrentados pela categoria no desempenho de suas funções, com falta de estrutura e efetivo. “O SINCLAPOL teve que ingressar com uma ação judicial para garantir EPI’s e, assim, preservar a saúde dos nossos policiais. Precisamos de vacina e também de reajuste salarial, que desde 2016 nos é negado. Estamos em uma situação crítica, o que motivou a criação da UFS, unindo as entidades da segurança pública. Não é um capricho, é uma necessidade extrema”, destacou.
Dando continuidade aos pronunciamentos, o presidente do SINDARSPEN, Ricardo Miranda, apresentou temas específicos da Polícia Penal, com destaque para a PEC da Polícia Penal, a necessidade de uma gestão realizada por um profissional de carreira, a promoção aguardada por mais de ⅓ da categoria, a necessidade de concurso público antes de inaugurar novas penitenciárias, e ainda a questão da reposição da inflação.
“A situação da segurança pública é caótica. A Polícia Científica do Paraná amarga 35% do quadro preenchido, a menor entre as polícias paranaenses, sendo 47% da Polícia Civil, 65% da PMPR e 66% da Polícia Penal. Chega de cortar os direitos dos servidores públicos. Destaco ainda a ausência de reajuste inflacionário desde 2016, com defasagem salarial de 25%, e a ausência de vacinação. O que o Governo espera com um cenário desse?”, ressaltou Paulo Zempulski, presidente do SINPOAPAR.
O presidente do Clube dos Oficiais, Coronel Izaías de Farias, também explanou sobre os riscos dos profissionais da segurança pública na pandemia. “Em um único dia, três policiais militares faleceram no Hospital da Polícia Militar e a estimativa é que pelo menos 50% dos militares estaduais já tenham sido contaminados ou estão contaminados. Uma situação crítica e o que o Governo tem feito? Não é radicalismo, é necessidade e desespero. Nossa demanda é por vacinação urgente”, afirmou.
O Subtenente Marcelo Amaro, da APML, foi enfático ao dizer que o chefe do Executivo se nega a abrir as portas para negociação: “O governador assumiu o compromisso de parcelar a data-base referente a 2019. Pagou 2% em 2020, e em 2021 ele não cumpriu. Como vamos acreditar em um chefe do Executivo que não cumpre um compromisso?”.
O presidente da AMAI, Coronel Altair Mariot; o presidente do SIDEPOL, Dr. Antonio Simeão; e o presidente da SBSS, Sargento Lucinda, também participaram da audiência, mas devido a problemas na conexão, não conseguiram apresentar suas considerações.
Ao final, o deputado Professor Lemos destacou que as falas foram muito boas e complementares. “Não podemos finalizar essa audiência sem os devidos encaminhamentos. Precisamos destacar a data-base, o aumento do efetivo com concurso público, reformulação da lei que implementou o subsídio. São apenas alguns exemplos, pois existem muitas outras demandas de todas as categorias policiais”.
Além disso, ele afirmou que representantes das UFS serão ouvidos na ALEP por todos os deputados estaduais, com uma data a ser agendada. “Unidade no discurso e na ação, para que possamos avançar nas demandas apresentadas na audiência. Obrigado a todos pela participação”, finalizou Lemos.
A primeira reunião do grupo de trabalho, para dar continuidade aos encaminhamentos, ficou agendada para o dia 05 de abril, das 10h às 12 horas.
Fonte: UFS – União das Forças de Segurança Pública do Paraná